Já que o único jeito de gerar reflexões e aguçar o interesse é o “tratamento de choque”, lá vamos nós outra vez!
Venho
alertando há algum tempo aos amigos e leitores do blog sobre uma
geração de jovens
católicos narcisistas e pedantes
que adoram escrever em latim (sem ter o mínimo de conhecimento da
língua, o que é pior!), ditar “normas” e esmagar o mundo,
tornando a verdade católica um verdadeiro objeto de desprezo e de
sátira.
Olavo
de Carvalho (em O
mínimo que você precisa saber para não ser um idiota)
fala sobre a dissonância
cognitiva – um
instrumento de dominação de massas muito utilizado na cultura que
nos cerca. Segundo Olavo, a dissonância cognitiva consiste na
apresentação e defesa de princípios totalmente contraditórios
entre si, deixando a massa em estado de desorientação, aguardando
uma voz de comando, seja qual for este comando.
O cidadão angustiado reage por
uma espécie de colapso intelectual, tornando-se um boboca servil que
já não sabe orientar-se a si mesmo e implora por uma voz de
comando. O comando pode ser oco e sem sentido, como por exemplo
change!,
mas, quando vem, soa sempre como um alívio (Armas
da Liberdade,
publicado no Diário do
Comércio em 17 de
dezembro de 2009).
Na
sequência, no artigo intitulado A
Demolição das Consciências,
publicado em 21 de dezembro de 2009 no Diário
do Comércio, Olavo
continua:
Quem tenha compreendido bem meu
artigo "Armas da Liberdade", deve ter percebido também a
conclusão implícita a que ele conduz incontornavelmente: boa parte
do esforço moralizante despendido pela "direita religiosa"
para sanear uma sociedade corrupta é inútil, já que termina sendo
facilmente absorvida pela máquina da "dissonância cognitiva"
e usada como instrumento de perdição geral.
O
artigo todo merece uma boa leitura, mas o parágrafo em questão é
direto e muito elucidativo.
Recentemente
minha comadre me enviou um link de acesso a uma carta escrita por um
jovem católico que, copiando frases inteiras de Olavo de Carvalho
(sem citar a fonte), dava as razões pelas quais ele se negava a
apresentar um trabalho sobre Karl Marx. Eu já venho escrevendo e
alertando muita gente sobre essa nova geração de extremistas que se
aninharam como alunos do Padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior
(sobretudo, e em primeiro lugar, escrevi ao próprio Padre e sua Equipe sobre o assunto) e
que, por meio do Padre Paulo, estão se ancorando no Olavo também.
Bradam condenações a tudo e a todos em “defesa” da verdade
católica... Mal conseguem perceber que, dentro da dissonância
cognitiva, apenas corroboram com a confusão na cabeça do pobre e
sofrido “povão de meu Deus”.
Olha:
Se essa moda pega (a de se negar a estudar Karl Marx)... Pobres dos
nossos seminaristas no Brasil!
Citando ao próprio Padre Paulo Ricardo que, com muito equilíbrio, falava aos seminaristas carismáticos no Renasem de Porto Alegre, é necessário ter sabedoria e astúcia para passar pelo ambiente acadêmico, formar-se e, já constituído sacerdote, professor ou profissional, estar apto a ser um formador de opinião! Sem sabedoria e astúcia, os católicos serão expulsos do ambiente acadêmico e taxados de extremistas (porque a voz de comando, no meio da confusão, não será a conservadora, dentro da tática da dissonância cognitiva, mas a liberal).
Citando ao próprio Padre Paulo Ricardo que, com muito equilíbrio, falava aos seminaristas carismáticos no Renasem de Porto Alegre, é necessário ter sabedoria e astúcia para passar pelo ambiente acadêmico, formar-se e, já constituído sacerdote, professor ou profissional, estar apto a ser um formador de opinião! Sem sabedoria e astúcia, os católicos serão expulsos do ambiente acadêmico e taxados de extremistas (porque a voz de comando, no meio da confusão, não será a conservadora, dentro da tática da dissonância cognitiva, mas a liberal).
Quando
os católicos vão despertar para a realidade de que precisamos fazer
parte do corpo docente das universidades para, assim, transformar a
cultura? Tudo o que fizermos de modo radicalista e extremista será "lenha para o fogo" da manobra arquitetada pelo intelectualismo
esquerdista. Se sacerdotes que conservam e guardam o depósito da fé com fidelidade não conseguirem se formar
nas dioceses tomadas pela nefasta teologia da libertação (porque,
de duas uma: Ou procuram um “Seminário Ideal” e se aninham em
Cuiabá, ou no Mater Ecclesiae de Itapecerica da Serra/SP, ou na
Diocese de Novo Hamburgo, OU são expulsos de seus seminários de
origem e perdem a vocação), jamais conseguiremos mudar a realidade.
Se católicos bem formados não forem admitidos ao corpo docente da UFSC e
outras por aí... Seguiremos vendo a juventude do país usando a
camiseta do “Che”, fumando maconha e querendo lutar contra o
“sistema”.
Os
extremistas esquecem que, primeiro, vem o amor. Focando na lei,
embora estejam dizendo a verdade, na maioria das vezes, acabam causando o fechamento do coração de seus interlocutores, leitores ou
telespectadores e tornam a verdade que defendem algo desprezível!
Está
na hora dos formadores católicos reverem os seus métodos de
formação para ver se o remédio que aplicam não possui efeitos
colaterais mais daninhos que a própria doença a qual desejam combater.
Recebi um mailing de um tal de Joel, esses dias atrás, no Grupo de Discussões das Universidades Renovadas (RCC) que, por A + B, nos dava motivos para não assistir Missa que não fosse de Rito Tridentino; dentre os muitos links, figurava o site do Padre Paulo e suas aulas sobre o Missal de Paulo VI.
Recebi um mailing de um tal de Joel, esses dias atrás, no Grupo de Discussões das Universidades Renovadas (RCC) que, por A + B, nos dava motivos para não assistir Missa que não fosse de Rito Tridentino; dentre os muitos links, figurava o site do Padre Paulo e suas aulas sobre o Missal de Paulo VI.
“É
aí que eu me refiro”, diria Joca Martins.
Sou sua fã nº 1, meu bem!!!
ResponderExcluirMuito bom!!!
Fernando. Que bom que você escreveu sobre o assunto. Eu cheguei a começar a escrever sobre isto também, mas como ainda preciso pesquisar mais, para evitar equívocos, ainda não terminei. A princípio, eu denominava esses católicos de "underground". Julgam-se muito sábios e "guardiões" da fé católica. Postam em seus blogs e perfis de redes sociais, fotos de santos desconhecidos (grandes santos, é claro) passando a impressão de que querem ser diferentes da maioria que venera santos como Santo Antônio ou Santo Expedito (santos mais "comerciais" e não "undergrounds"), adoram espinafrar a RCC e o Pe Fábio de Melo (não entro aqui no mérito da idoneidade de ambos) e como você mesmo citou, escrevem em latim, porque pra eles isso é "cult".Ora, porque não perseguem o Pe Paulo Ricardo também, uma vez que este sempre profere palestras na Canção Nova e também participa de programas de sua emissora?
ResponderExcluirQue idiotezes! Os católicos tradicionalistas apenas amamos a tradição e doutrina da Igreja. Deixam de espalhar fofoqueiras de índios. Gostamos a oração em latim e por isso nos condena com generalização de não ter conhecimento da língua. Sou americano e escrevo/falo inglês, espanhol, e português. Acho que se eu quero escrever em latim tenho todo o direito fazer-o. POSSVM DICERE, SCRIPTOR HIVIS FABVLAE CACAS EST. DIE DVLCHI FRVIMINI. VALETE!
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ExcluirOlá! Obrigado, em primeiro lugar, pelo comentário.
ResponderExcluir1. Eu faço uma distinção bastante clara entre "Católicos Conversadores" e "Católicos Tradicionalistas". Conservadores... Todos os Católicos deveriam ser! Guardar a Tradição na Igreja Católica é conservar o "Depositum Fidei". Mas a distinção básica entre um "conservador" e um "tradicionalista" está na fidelidade ao Magistério Atual da Igreja. Um "conservador" consegue entender que a Igreja é "semper purificanda" e "semper reformanda". Ele - o conservador - se diferencia do "progressista" porque embora ele (o conservador) esteja aberto para "aquele que faz novas todas as coisas" e que, portanto, caminha "al paso de la Iglesia", não abre mão da tradição.Este sadio equilíbrio nos é dado pelo Magistério Atual. O conservador não caminha "nem a frente nem atrás, mas 'al paso de la Iglesia'". Por outro lado, o "Tradicionalista" - em poucas palavras - é aquele que rejeita o Concílio Vaticano II e, por conseguinte, ao Magistério Atual da Igreja.
2. Sua interpretação de texto não é "das mais felizes", eu preciso dizer. Eu descrevo uma geração de jovens pedantes, narcisistas que - por serem pedantes e narcisistas - usam o latim para "soarem" mais cultos que os outros. De fato, eu amo a língua Latina. Estudei-a por 8 anos (de modo mais intenso no Curso de Humanidades Clássicas que fiz). Não critico a língua latina, mas a postura por detrás de seu emprego por parte de uma geração de jovens que está fazendo barulho.
3. Fico grato pela informação sobre sua nacionalidade e conhecimentos linguísticos. Eu sou brasileiro, falo inglês, espanhol e um pouco de italiano. Estudei Latim e Grego Koiné por 8 anos. Acredito que o problema não está no emprego das línguas clássicas, mas no pedantismo. E essa foi a minha crítica. Como você apresentou-me as suas credenciais... Apresento-lhe as minhas.
Entre "tradicionalismos" e "aggiornamentos", o Católico Fiel deve lançar o seu olhar sobre o cajado de Pedro e caminhar seguro. É sábio e prudente aquele que constrói a sua casa sobre a Rocha.